quarta-feira, 29 de junho de 2011

Senado terá apenas duas semanas para analisar projeto que acelera contratações da Copa


Aprovado ontem pela Câmara, novo regime mantém em sigilo orçamento de obras

Câmara vota sigilo Copa 450x300José Cruz/ABr
Oposição protesta contra sigilo dos contratos para obras e serviços

O Senado Federal terá que correr contra o tempo para analisar o RDC (Regime Diferenciado de Contratações), aprovado nesta terça-feira (28) pela Câmara dos Deputados. Prioritário para o governo, o projeto cria regras mais flexíveis para contratação de obras e serviços da Copa do Mundo e da Olimpíada, mas perde a validade no próximo dia 14.

Apesar da corda no pescoço, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), diz que há clima favorável para que o texto seja votado sem preocupações ao governo. Mas não foi sempre assim. O peemedebista manifestou-se inicialmente contra o RDC, que mantém em sigilo orçamentos para as obras e serviços dos eventos. Ele voltou atrás depois de uma reunião com a ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais).

O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), já garantiu que a Casa não deverá alterar o texto, o que obrigaria a devolução à Câmara dos Deputados.

Na Câmara, para aprovar o RDC da forma que a presidente Dilma Rousseff queria, o governo teve de ceder. Após acordo com líderes da base e da oposição, o relator, deputado José Guimarães (PT-CE), mudou o texto fazendo com que as licitações sejam submetidas “permanentemente” aos órgãos de fiscalização e controle. Esses órgãos passaram a ser nomeados: CGU (Controladoria-Geral da União), TCU (Tribunal de Contas da União) e MP (Ministério Público).



O texto que chegará ao Senado também prevê que o orçamento “será tornado público apenas e imediatamente após o encerramento da licitação, sem prejuízo da divulgação do detalhamento dos quantitativos e das demais informações necessárias para a elaboração das propostas”.

O governo optou ainda por derrubar o artigo 39 e retirar os superpoderes da Fifa e do COI (Comitê Olímpico Internacional). Da forma como estava, os dois órgãos teriam poder para solicitar a inclusão de gastos em projetos além dos limites fixados na Lei de Licitações.

Apesar de o governo ter recuado e cedido, em partes, às críticas da oposição, a forma como o projeto foi aprovado pela Câmara sinaliza larga vitória do Palácio do Planalto, que viu as cinco emendas da oposição serem rejeitadas por ampla maioria.

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