Demóstenes pede desfiliação do DEM
"Com o desligamento do partido, Demóstenes Torres ainda corre o risco de perder direitos políticos"
SÃO PAULO - Suspeito por envolvimento em esquema de exploração de jogos de azar, o senador Demóstenes Torres (GO) pediu nesta terça-feira, 3, o seu desligamento partidário do DEM, segundo informou a assessoria de imprensa do presidente da legenda, o senador José Agripino Maia (RN). 'Embora discordando frontalmente da afirmação de que eu tenha me desviado reiteradamente do Programa Partidário, mas diante do pré-julgamento público que o partido fez, comunico a minha desfiliação do Democratas', disse em carta assinada pelo senador e entregue ao presidente da legenda, senador Agripino Maia (RN).
O pedido foi divulgado logo após o DEM anunciar a abertura de um processo para investigar as ligações do senador com o empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso pela PF durante a operação Monte Carlo, deflagrada no ano passado. Com o desligamento do partido, o senador ainda corre o risco de perder seus direitos políticos até o dia da resposta ao processo no Conselho de Ética do Senado por quebra de decoro parlamentar - pedido pelo PSOL. Se tiver o mandato cassado, Demóstenes perde, consequentemente, os direitos políticos, barrado pela Lei da Ficha Limpa.
O DEM argumentava a expulsão do senador devido aos seus 'reiterados desvios éticos'. Demóstenes já havia sido convocado para prestar esclarecimentos ao partido e também ao Senado, mas o senador afirmou que precisava de mais tempo para analisar o inquérito ao qual terá de responder ao Supremo Tribunal Federal (STF).
A renúncia já havia sido cobrada pelo presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcante. Segundo ele, Demóstenes vivia uma situação 'mortal' para um político e não tinha saída, além da imediata renúncia ao mandato, considerada por ele uma 'atitude moral'.