BRASÍLIA - O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, vai investigar o possível envolvimento de parlamentares na greve de policiais militares deflagrada no final de janeiro na Bahia e que se estendeu para outros pontos, como o Rio de Janeiro.
Nesta sexta-feira, Gurgel pediu oficialmente ao governador baiano, Jaques Wagner, a remessa das gravações de conversas telefônicas interceptadas com autorização judicial entre policiais militares em greve.
De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), as conversas fazem referências a condutas praticadas por pessoas com foro privilegiado, como deputados federais. A possível participação dessas pessoas na greve será investigada.
As gravações mostram, por exemplo, que o deputado Anthony Garotinho (PR-RJ) conversou por telefone com o cabo Daciollo, líder do movimento dos bombeiros no Rio de Janeiro.
Na Bahia, a Procuradoria da República autuou uma notícia-crime para investigar o movimento grevista. De acordo com o MPF, os suspeitos podem ter cometido crimes previstos na Lei de Segurança Nacional.
Na lista estariam sabotagem contra instalações militares, meios e vias de transporte, tentativa de impedir o livre exercício do Poder Legislativo ao ocuparem a Assembleia Legislativa, exercer o controle de aeronave, embarcação ou veículo de transporte coletivo com emprego de violência ou grave ameaça à tripulação e incitar à prática de qualquer dos crimes previstos na Lei de Segurança Nacional.