RIO - Mais de 150 policiais militares foram presos administrativamente no Rio por transgressões disciplinares nesta sexta-feira, 10. Dos 11 mandados de prisão expedidos contra líderes grevistas da corporação, nove foram cumpridos até esta tarde.
A maioria das prisões ocorreram pois os PMs grevistas se recusaram a sair do quartel para realizar o patrulhamento ostensivo. A corporação deve divulgar um balanço completo sobre as prisões de policiais grevistas na capital fluminense e no interior do Estado.
Entre os líderes presos estão o cabo João Carlos Gurgel - Lotado no QG da PM - e o major da reserva Hélio Oliveira. De acordo com policiais, o coronel da reserva Paulo Ricardo Paúl, que possui um blog com críticas ao governo atual, também teria sido preso.
'Hoje, as vítimas são os policiais militares. Amanhã, pode ser a imprensa. Não há processo ou inquérito. É um absurdo colocar policiais e bombeiros em Bangu 1', disse Gurgel antes de ser preso. A exemplo do cabo Benevenuto Daciolo, preso anteontem, os líderes da greve serão transferidos para o presídio de Bangu1.
Movimento grevista. A adesão ao movimento é mais forte no interior do Estado. Em Volta Redonda, no sul fluminense, um soldado e um cabo foram presos. O Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) e o Batalhão de Choque foram deslocados para a cidade de Campos, no norte fluminense. Em Barra do Piraí, os PMs se recusaram a sair para o patrulhamento e houve ameaças de prisões, que não ocorreram.
Na capital fluminense, houve prisões no 2º Batalhão de Polícia Militar de Botafogo onde policiais protestaram com as sirenes ligadas, após a decretação da greve. No 4º BPM de São Cristóvão também ocorreram prisões.
O Sindicato dos Policiais Civis do Rio informou em nota que a adesão seria de 70%. Os agentes trabalham com 30% do efetivo e atendem ocorrências de ameaças, violência doméstica, furto de veículos. A Divisão de Homicídios não participa da paralisação.