Augusto Júnior.

A turma do sétimo semestre noturno do curso de Direito da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC) enviou carta de apoio ao policial militar Augusto Júnior, líder do movimento grevista da PM em Ilhéus.

Augusto é integrante da turma e está aquartelado no Batalhão-Escola da polícia na cidade, de onde coordena o movimento. Durante a greve, a justiça expediu mandado de prisão contra o policial. Confira a íntegra da carta.

Reconhecemos que ainda engatinhamos no universo jurídico, mas há algo que é intrínseco ao ser humano: o combate às injustiças. Muito mais do que a busca pela justiça, combater a impiedade não é somente exigir aquilo que nos é de direito. É sentir intravenosamente a vontade de lutar, é ser chamado pelo seu próprio instinto a defender-se ou defender os seus. Talvez por isso a forma como os policiais grevistas estão sendo tratados nos revolta tanto.

Convivemos com Augusto Júnior – hoje conhecido por ser o líder do movimento grevista da nossa região -, e não podemos admitir ou cogitar que um ser humano tão nobre e generoso tenha sua prisão preventiva decretada. Mais do que isso. Levar ao cárcere alguém que apenas luta por direitos que são legitimamente seus, como se a  repressão da década de 60 ainda fosse concebível, como se os ideais nazi-fascistas ainda pudessem ser cogitados.

É no mínimo irônico assistir as pessoas que hoje ocupam os altos cargos eletivos estaduais, pessoas estas que sempre se disseram tão perseguidas e censuradas, perseguirem e censurarem movimentos sociais, e pior, utilizando-se dos mesmos artifícios mesquinhos e desumanos.