sábado, 24 de janeiro de 2009

Crise mundial

"Essa crise, de origem nos Estados Unidos, tem impacto aqui, evidentemente. Porém, o Brasil está preparado para enfrentá-la. É um dos países mais bem preparados, inclusive com reconhecimento internacional. Na área da pesca ela provocou de imediato uma mudança no câmbio, que dificultou nos últimos dois anos as exportações de pescado. Nossas empresas tiveram dificuldades de competir em nível internacio nal. A tal ponto que, até 2006, tínhamos uma balança comercial positiva. A partir de 2006 e 2007, ela passou a ser negativa. No ano passado, possivelmente, deveremos ter exportado em torno de US$ 200 milhões e importado US$ 500 milhões. Não tenho muita preocupação em relação à balança comercial porque o real valorizado fez com que houvesse uma importação maior de pescado, segurou os preços internos e garantiu aumento do consumo. No ano passado, pelo menos 15% de todo pescado no Brasil já foi importado. Isso denuncia que precisamos aumentar a oferta e criar as condições também para que haja mais estímulo do ponto de vista do cultivo de pescado, do desenvolvimento da aqüicultura. Se o câmbio prejudicou um pouco as exportações, também ajudou muito o Brasil a fortalecer o mercado interno. Vou citar o caso do camarão, por exemplo: 90% do produto era exportado, hoje, 85% é vendido no mercado interno. Os produtores de camarão no Nordeste descobriram que existe consumo no Brasil, qu e há mercado. Ao criar um mercado interno, também o setor fica menos vulnerável. Não acredito que as empresas reduzirão os investimentos, até porque vivemos um momento de muito ânimo no setor."

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