Por Anna Mocellin • Continuação da página 2
Valéria de Paula, Coordenadora do Grupo de Apoio às Mulheres com HIV do Grupo Pela Vidda do Rio de Janeiro, descobriu que era soropositiva em julho de 1997. Aqui, ela conta para nós como foi a experiência de receber a notícia de que estava com Aids, como lida com o fato de ser portadora da doença e a maneira que encontrou de superar a depressão.
"Eu descobri a doença quando me apareceu um "herpes zoster" nas costas. Após um exame, uma médica do hospital em que trabalho me prescreveu o exame de HIV. Fiquei surpresa, porque já havia feito esse exame no ano anterior e tinha feito uma cirurgia, não poderia ter filhos. Mas eu estava muito magra, perdendo muito peso, trabalhando muito e não ligava para a minha saúde. Então, fui fazer o exame com uma ginecologista particular. Quando soube da resposta, não queria acreditar que estava infectada com o HIV. Meus sonhos de vida evaporaram.
Quando soube da resposta, não queria acreditar que estava infectada com o HIV. Meus sonhos de vida evaporaram
Naquela época, eu tinha um namorado e a gente se conhecia já há algum tempo. Com a descoberta do HIV, entrei em depressão, não queria sair de casa, nem ver ninguém. Entrei de licença-médica no hospital, pois eu só chorava e a essa altura todos já comentavam o meu afastamento.Nesse período, eu dividia apartamento com uma amiga e ela me levou até o Grupo Pela Vidda. A partir daí, me fortaleci. Venho aprendendo a exercitar a minha cidadania, recuperei a dignidade com a participação no Grupo. Nesse processo, fui me envolvendo cada vez mais com as questões políticas e sociais da entidade.Algo que marcou foi quando conheci o Grupo. Eu não falava nada, tinha medo de falar em público e receio de que outras pessoas soubessem da doença.Hoje, sou muito diferente. Meus valores de vida mudaram, passei a tratar melhor as pessoas e ainda voltei a estudar, o que era uma lacuna na minha vida. Enfim, tudo ao meu redor mudou, para melhor. Fonte MSN Mulher.
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