Projeto de moradora da maior favela de Belo Horizonte reúne ainda aulas de teatro e hip hop e foi primeiro lugar em concurso do Estado
Moradora da maior favela de Belo Horizonte, a estudante de jornalismo Simone Moura criou um programa de rádio para ser feito e conduzido por outros jovens da região. A iniciativa cresceu, abriga atualmente oficinas de hip hop, teatro e aulas de informática e rendeu à Simone, de 25 anos, o primeiro lugar no Concurso Diálogos da Juventude, feito pelo governo de Minas Gerais em parceria com o Programa de Voluntários da ONU e a Rede Mineira da Cidadania. O prêmio escolheu iniciativas de jovens de até 29 anos que atuassem em algum dos ODM (Objetivos de Desenvolvimento do Milênio), uma série de metas socioeconômicas que os países da ONU se comprometeram a cumprir até 2015.
A favela da Serra possui 33 mil habitantes, dos quais 22,3% têm entre 15 e 24 anos. Nascida na região, Simone teve o primeiro contato com o rádio aos 18 anos, num curso oferecido gratuitamente na comunidade. Desde então, se interessou pelo tema, entrou na faculdade de jornalismo ano passado e, ao mesmo tempo, criou o programa “Microfonia”. Transmitido por uma rádio comunitária local, ele é feito por jovens que falam do lugar onde vivem e promovem discussões com especialistas sobre violência, comunicação e arte.
O programa e as aulas sobre rádio dadas por Simone deram origem ao projeto Coletivo Gera-Ação, que hoje atende 32 jovens no aglomerado de favelas do centro-sul de Belo Horizonte. “Aqui tem muita violência, tem o tráfico. Estão faltando referências juvenis. Para os jovens daqui, ter essas coisas como teatro, informática e rádio, isso é uma possibilidade”, diz Simone.
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