O crack levou o ex-integrante do grupo de pagode Katinguelê, Nelson Laurindo Júnior, de 42 anos, o Juninho do Banjo, para debaixo do Minhocão. 'Cheguei a ficar dois meses sem tomar banho. Pesava 45 quilos', lembra ele, hoje com 76 quilos. Compositor de sucessos dos anos 90, como a música Inaraí, Juninho costumava torrar em pedras todo o dinheiro dos direitos autorais.
Depois de sete anos de crack, passou a primeira noite sem drogas amarrado a uma cama. Foi levado pela família a uma clínica no interior, onde buscou na reza o conforto. 'Era terrível, eu tinha muitos sonhos com droga, o gosto vinha na boca. Era como se meu corpo estivesse cheio de pulgas, coçava, estourava caroço, saíam feridas. Isso durou um mês', relata.
Passaram-se 12 anos. 'Uma coisa que foi muito eficaz na minha recuperação foi se afastar: me afastei de todos amigos. Minha vida era família e igreja.' Hoje, mora com a mulher e três filhos em Arujá e atua como evangelista da igreja Tabernáculo de Deus. /ARTUR RODRIGUES